Em xeque, gordura saturada deixa
de ser vilã
Pesquisadores apontam novas
alternativas para a culinária brasileira
Por Monica Coronel
http://www.artigonal.com/nutricao-artigos/em-xeque-gordura-saturada-deixa-de-ser-vila-2345444.html
Por Monica Coronel
http://www.artigonal.com/nutricao-artigos/em-xeque-gordura-saturada-deixa-de-ser-vila-2345444.html
Os altos teores de gordura
observado na dieta alimentar ocidental colocam em xeque o uso das gorduras
saturadas. O resultado recente da pesquisa publicada no American Journal of
Clinical Nutritiion relata que não há relação direta entre o consumo de
gordura saturada e o risco de doença cardiovascular, como infarto ou derrame. O
fato encontra eco no Brasil, onde o primeiro estudo brasileiro sobre o uso da gordura
saturada do óleo de coco extra-virgem - desenvolvido na Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) -, pelas nutricionistas Christine Erika Vogel, Eliane
Rosado e Márcia Soares, demonstrou resultados positivos para o aumento do HDL,
o colesterol bom.
De acordo com a nutróloga e
ginecologista, Maria Elizabeth Ayoub, a busca por uma gordura mais saudável se
justifica pela constatação do uso abusivo de alimentos com alto teor de gordura
animal, açúcar, alimentos refinados e,ainda, um baixo consumo de fibras e dos
carboidratos idéias.
- Observamos um maior numero de
doenças crônicas e degenerativas, demandando maiores preocupações para a saúde
pública. Temos hoje um país com grande exigência de cumprimento das jornadas de
trabalho, as pessoas dispõem de menos tempo para fazer refeições ou prepará-las
- Ressalta a médica, ao explicar que o óleo de coco foi muito utilizado na
nossa culinária do Brasil até os anos 50, mas foi substituído pelos óleos
vegetais como os de soja, milho e algodão.
- Acreditava-se que o óleo de
coco, por ser gorduroso, era prejudicial à saúde. Mas ao contrário. Essa
gordura saturada é rica em proteínas e fibras. Possui diversos outros
constituintes que são extremamente benéficos para a saúde - Ensina.
A metanálise publicada no American
Journal of Clinical Nutritiion, com 21 estudos realizados em 348 mil
adultos, não apontou diferença no risco de doenças cardiovasculares entre
pessoas com o menor ou maior consumo de gorduras saturadas, fato que pode
auxiliar na compreensão da queda do mito da relação entre gordura satura e
risco cardíaco. Entretanto, a American Heart Association sugere que
adultos não consumam mais de 7% de suas calorias na forma de gordura saturada,
o que segundo a médica e nutróloga Maria Elizabeth Ayoub, equivale a
aproximadamente 3,5 colheres de sopa do óleo de coco para uma dieta de
aproximadamente duas mil calorias.
Na media em que as pesquisas
avançam a indústria alimentícia, de um modo geral, começa a absorver o conceito
do uso do óleo de coco. As razões principais, segundo a nutróloga Elizabeth
Ayoub, são atribuídas ao fato de o óleo de ser rico em ácido láurico (mesmas
substâncias encontradas no leite materno) possuir baixa rancidade, ser de fácil
de derretimento e formar emulsões estáveis, do ponto de vista químico.
- Esses fatores têm levado o óleo
de coco a ser usado como óleo de cozinha, gordura vegetal, substituto de
gordura do leite em margarinas, biscoitos, bolos, sorvetes e cremes para bolos,
também substituto da manteiga de cacau. Aliado a isso, o óleo de coco tem um
maior grau de digestibilidade, que qualquer gordura, incluindo a manteiga, e
isso é devido a seu alto percentual de glicerídeos assimiláveis (91%) –
complementa a médica.
Referências para a produção do
texto:
Maria Djiliah C. A. Souza e
Priscilla Primi Hardt. Evolução dos hábito alimentares no Brasil. - Brasil
Alimentos nº 15, agosto 2002.
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