domingo, 24 de junho de 2012

A GORDURA SATURADA DEIXA DE SER VILÃ


Em xeque, gordura saturada deixa de ser vilã
Pesquisadores apontam novas alternativas para a culinária brasileira
Por Monica Coronel
http://www.artigonal.com/nutricao-artigos/em-xeque-gordura-saturada-deixa-de-ser-vila-2345444.html
Os altos teores de gordura observado na dieta alimentar ocidental colocam em xeque o uso das gorduras saturadas. O resultado recente da pesquisa publicada no American Journal of Clinical Nutritiion relata que não há relação direta entre o consumo de gordura saturada e o risco de doença cardiovascular, como infarto ou derrame. O fato encontra eco no Brasil, onde o primeiro estudo brasileiro sobre o uso da gordura saturada do óleo de coco extra-virgem - desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) -, pelas nutricionistas Christine Erika Vogel, Eliane Rosado e Márcia Soares, demonstrou resultados positivos para o aumento do HDL, o colesterol bom.
De acordo com a nutróloga e ginecologista, Maria Elizabeth Ayoub, a busca por uma gordura mais saudável se justifica pela constatação do uso abusivo de alimentos com alto teor de gordura animal, açúcar, alimentos refinados e,ainda, um baixo consumo de fibras e dos carboidratos idéias.
- Observamos um maior numero de doenças crônicas e degenerativas, demandando maiores preocupações para a saúde pública. Temos hoje um país com grande exigência de cumprimento das jornadas de trabalho, as pessoas dispõem de menos tempo para fazer refeições ou prepará-las - Ressalta a médica, ao explicar que o óleo de coco foi muito utilizado na nossa culinária do Brasil até os anos 50, mas foi substituído pelos óleos vegetais como os de soja, milho e algodão.
- Acreditava-se que o óleo de coco, por ser gorduroso, era prejudicial à saúde. Mas ao contrário. Essa gordura saturada é rica em proteínas e fibras. Possui diversos outros constituintes que são extremamente benéficos para a saúde - Ensina.
A metanálise publicada no American Journal of Clinical Nutritiion, com 21 estudos realizados em 348 mil adultos, não apontou diferença no risco de doenças cardiovasculares entre pessoas com o menor ou maior consumo de gorduras saturadas, fato que pode auxiliar na compreensão da queda do mito da relação entre gordura satura e risco cardíaco. Entretanto, a American Heart Association sugere que adultos não consumam mais de 7% de suas calorias na forma de gordura saturada, o que segundo a médica e nutróloga Maria Elizabeth Ayoub, equivale a aproximadamente 3,5 colheres de sopa do óleo de coco para uma dieta de aproximadamente duas mil calorias.
Na media em que as pesquisas avançam a indústria alimentícia, de um modo geral, começa a absorver o conceito do uso do óleo de coco. As razões principais, segundo a nutróloga Elizabeth Ayoub, são atribuídas ao fato de o óleo de ser rico em ácido láurico (mesmas substâncias encontradas no leite materno) possuir baixa rancidade, ser de fácil de derretimento e formar emulsões estáveis, do ponto de vista químico.
- Esses fatores têm levado o óleo de coco a ser usado como óleo de cozinha, gordura vegetal, substituto de gordura do leite em margarinas, biscoitos, bolos, sorvetes e cremes para bolos, também substituto da manteiga de cacau. Aliado a isso, o óleo de coco tem um maior grau de digestibilidade, que qualquer gordura, incluindo a manteiga, e isso é devido a seu alto percentual de glicerídeos assimiláveis (91%) – complementa a médica.

Referências para a produção do texto:
Maria Djiliah C. A. Souza e Priscilla Primi Hardt. Evolução dos hábito alimentares no Brasil. - Brasil Alimentos nº 15, agosto 2002.
Kabara, J.J. Antimicrobial agents derived from fatty acids. Journal of the American Oil Chemists Society 1984;61:397-403.
Mary G. Enig, PhD. More Good News on Coconut Oil. December 2006.
Blackburn GL, Kater G, Mascioli EA, Kowalchuk M, Babayan VK, kBistrian BR. A reevaluation of coconut oil's effect on serum cholesterol and atherogenesis. The Journal of the Philippine Medical Association 1989;65:144-152.
Enig MG. Diet, serum cholesterol and coronary heart disease, in Mann GV (ed): Coronary Heart Disease: The Dietary Sense and Nonsense. Janus Publishing, London, 1993, pp 36-60.
Enig, MG. Lauric oils as antimicrobial agents: theory of effect, scientific rationale, and dietary applications as adjunct nutritional support for HIV-infected individuals. in Nutrients and Foods in AIDS (RR Watson, ed) CRC Press, Boca Raton, 1998, pp. 81-97.
Enig MG, Atal S, Sampugna J and Keeney M. Isomeric Trans Fatty Acids in the U.S. Diet. Journal of the American College of Nutrition 1990;9:471-486.
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